Parece um contrassenso, mas existe muito complexo de culpa na sociedade contemporânea. Culpa e medo. Isso é contraditório porque vivemos numa sociedade que idolatra o prazer, o conforto e que acredita numa liberdade sem fronteiras, Numa liberdade sem moral. E por isso nos sentimos culpadas, muito culpadas quando queremos algo que segue na contramão do hedonismo, do “moderno” e também do politicamente correto.
É nesse contexto que encontramos a maternidade hoje. Pressionada entre o medo e a culpa. Medo de perder todas as comodidades e todas as glórias que, segundo nos contam, apenas poderão ter aquelas que abdicarem ou ao menos adiarem o quanto puderem essa “incômoda” aventura. Culpa por continuar desejando e querendo algo que acredita que pode lhe completar e dar sentido a vida. Culpa também por acreditar que se tiver um filho, ou mais um, vai tornar mais pobre o mundo em que eles viverão. Ou talvez porque teve um filho muito cedo e agora todos dizem que a esperança no futuro acabou, entre fraldas sujas e mamadeiras, entre papinhas e noites em claro... Estes são apenas exemplos, quantos mais poderiam aparecer em uma conversa de amigas, não é verdade?
Vamos, pois, refletir um pouco sobre isso. Sobre a complexidade das relações que são ignoradas nessas assertivas tão rasas sobre a maternidade e o processo das nossas escolhas que cercam esse momento. E vamos falar sobre as personagens das histórias do nosso cotidiano. Encaremos as questões que são levantadas, em geral, de forma inconsistente e acabaremos por descobrir que nos escondemos atrás do medo e da culpa, para nos eximirmos de decidir de modo maduro sobre questões tão sérias como a que trataremos nesse espaço.
Este é um convite a reflexão, a um exame sincero da maternidade e suas implicações no universo feminino e, por consequencia, na sociedade.
4 comentários:
Rosy querida, parabéns pelo teu blog e em especial pela escolha do tema.
Os temas relativos à mulher devem merecer especial atenção nos tempos de hoje, pela necessidade de resgate da “alma feminina”, do “ser mulher”. A maternidade é um presente que Deus dá à Mulher, através da qual ela pode tocar o Céu, alcançar a plenitude da felicidade, o júbilo....quem é mãe conhece estes sentimentos!
Bem, o hedonismo, a atitude politicamente correta, o medo e a culpa que citaste atingem também o universo masculino, e ambos são frutos da descristianização da sociedade. Contudo, em relação à mulher, tal circunstância sofreu um acréscimo, um agravante, que considero como marco relevante.
O Movimento Feminista, que trouxe pautas legítimas, como o direito das mulheres ao acesso à educação, aos cargos eletivos e ao trabalho, trouxe ainda uma quarta pauta, qual seja, o direito à liberdade sexual equiparado ao do homem. Por esta porta, foram introduzidas diversas “ideologias feministas”, dando margem, por exemplo, à inserção do pensamento dialético, da influência do marxismo sobre o Movimento Feminista, da luta de classes, do Homem X Mulher. Desde então, o que se vê é a mulher tentando “ser homem”, pensando como homem, agindo como homem, desejando como homem, trabalhando como homem....sem se dar conta de quão grande equívoco isto representou e representa para a sociedade, pois o homem e a mulher são totalmente diferentes, fisicamente, psicologicamente, emocionalmente, etc, etc. Negar isto seria, inclusive, negar a própria ciência. O homem e a mulher são iguais apenas em dignidade. Ou seja, são ontologicamente iguais, pois ambos são filhos de Deus. Ambos possuem o mesmo Pai e Senhor (aliás, é porisso que numa sociedade cristianizada não há lugar nem para o machismo e nem para o feminismo, pois nos relacionamentos cristãos, o homem não tem, não pode ter, a última palavra, pois quem tem a última palavra é sempre Deus).
A confusão de sentimentos, a culpa e o medo da mulher de hoje, especialmente em relação à maternidade, ao meu sentir, resultam da dificuldade que ela sente de identificar quais os contornos da alma feminina, o que é realmente relevante para ela enquanto Mulher.
Bem, este assunto que trouxeste é realmente importante e espero que o teu blog traga muita luz e muitos benefícios à sociedade contemporânea.
Um grande abraço da amiga
Cláudia Pôrto Löw
Obrigada Cláudia! Espero que possamos abordar com clareza e objetividade as questões que colocastes. Também espero contar com tua participação, como mãe e intelectual terás muito a acrescentar.
Caríssima Rosy:
PAX!
Parabéns por tua iniciativa. Com a ajuda de Deus teu trabalho trará frutos. E espero que mais mulheres tenham a mesma inciativa, pois precisamentos mais do que nunca de uma sadia reflexão sobre a maternidade, este dom especialíssimo que Deus em sua infinita sabedoria deixou às mulheres e que vai tão distorcido nos dias atuais.
E é primordial que mulheres como você tomem a frente nas discussões sobre questões femininas, pois o movimento feminista foi há muito infestado por gente que apenas o utiliza para alavancar uma agenda que desvaloriza e escraviza a mulher cada vez mais.
[]'s
Obrigada William!
Faz algum tempo que quero escrever sobre maternidade e atualmente me pareceu oportuno esse blog.
Espero contar com outras mulheres que, da mesma forma que eu, enxergam a maternidade como um dom e não como um fardo. É o começo, temos muito trabalho a fazer!
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