segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Método Billings e Moral Católica - Parte III

Por Rosane Mito
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Os grifos em vermelho são meus e correspondem às partes que mais importam para a análise posterior.

14. O Diário

18 de abril

Querido diario...

Hoy estoy de un humor magnífico, me siento muy bien física y psicológicamente. Mi marido amaneció guapísimo y mi nivel hormonal está perfecto para sentir una atracción irresistible hacia él. Mi vientre está plano, mis senos redondeados, mi pelo dócil, el cutis perfecto.

Me encantaría demostrarle mi amor juntando todo el ágape, filios y eros que siento por él, pero hoy no es posible eso, pues...¡qué horror! ¡estoy fértil! Y , si me le acerco aunque sea un poquito, lo mas factible es, o que terminemos con una ofensa grave a la castidad en el matrimonio, o que empecemos algo que sabemos que no vamos a terminar y nos quedemos tristes e insatisfechos. Porque, definitivamente...¡ninguno de los dos queremos otro hijo!

¡Bah! Lo mejor será ponerme mi pijama de franela e irme a leer a la cama mientras él ve la tele. Cuando llegue él a la cama, simularé que estoy dormida para huir de la tentación.
¿Por qué está tan guapo el día de hoy? ¡No es justo!

26 de abril

Querido diario...

Hoy he estado de un humor pésimo, mi nivel hormonal no me ayuda nada: Me siento cansada, tengo dolor de cabeza y mi vientre está inflamado por dentro y por fuera por la proximidad de mi regla...
Tengo granos en la cara, mis senos están adoloridos, mi pelo imposible de peinar...

Al rato que llegue mi marido, se me antoja platicarle todo lo que he sentido hoy y decirle que lo quiero, mientras jugamos una partida de backgammon con una taza de té de manzanilla bien caliente.

Se me antoja recibirlo con mi pijama de franela y mi bata calientita. Pero...¡No! Hoy es un día infértil y hace muchos días que no tenemos la oportunidad de tener relaciones. Haré un esfuerzo, me pondré guapa (a ver si logro algo) y lo recibiré con besos y abrazos. Me va a costar trabajo, pues no se me antoja nada, pero...¡Hoy nos toca! Y si le digo que no estoy dispuesta....¡se muere! La ventaja es que ya descubrí que haciendo el amor se me quita el dolor de cabeza.

2 de mayo

Querido diario...

¡Auxilio! ¡No me ha venido mi regla! Si estoy embarazada.....¡me muero! ¿Cómo le voy a decir a mi marido? ¡me va a matar! Seguro me va a decir que soy una tonta, que no sé observarme, qué no sé llevar la gràfica, que he dicho mentiras...

Capaz que hasta piensa que lo he engañado con otro, pues con él sólo he tenido relaciones en días infértiles...

¿Qué voy a hacer? Espero que sea algo así como una pesadilla y mañana descubra que ya me vino mi regla. Por lo pronto.... estoy en la depresión total.

O primeiro ponto a ponderar é que a única razão apontada para não terem mais filhos é um consenso de que o casal não quer mais ter filhos. Esse resultado independe do método utilizado, é apenas resultado da vontade deles ou de algum motivo externo não mencionado. A julgar pelo título dado a autora deveria ter analisado aqui as graves razões que levaram esse casal a utilizar o MOB para não ter filhos e mais grave: não querer mais filhos!

O segundo ponto diz respeito à relação do casal: há uma evidente falta de diálogo entre eles! Ela descreve no diário fatos graves e parece não ter coragem de partilhá-los com o marido! E demonstra uma insegurança que beira a imaturidade para lidar com essas situações. Sem entrar em teorias da psicologia, mas atentando para um fator antropologicamente relevante, eu diria que essa mulher teve uma criação castradora ao ponto de que a simples idéia de ter sua honra questionada a impede de confrontar o marido com a possibilidade da gravidez e dividir com ele esse fato. Bem como a impede de partilhar com ele todas as considerações sobre sua sexualidade e os sentimentos confusos gerados pelas escolhas feitas pelo casal.

O terceiro ponto diz respeito às condições biológicas que favorecem o ato sexual. Se levássemos em consideração apenas as leis da natureza diríamos ser absurdamente injusto não ter relações nos únicos dias favoráveis, isso por que no reino animal a fêmea só se abre para o macho nos dias férteis. Mas nesse ponto devemos fazer uma consideração importantíssima: no reino animal, com exceção do ser humano, as relações sexuais são para a procriação – ah, também existe um grupo de macacos onde o sexo é um tipo de cimento social, mas ainda falamos de instintos. O que nos difere dos demais animais nessa área específica? Ainda que o ato sexual nos dias inférteis não seja estimulado pela natureza biológica da mulher, no sentido dos instintos animais inerentes à sua condição, as faculdades superiores da alma nos impulsionam a um esforço de união. Esse impulso é próprio do amor humano: superar os obstáculos para buscar a união com o ser amado.

Nesse ponto ajuda muito ler as catequeses sobre o amor humano de João Paulo II, conhecida como teologia do corpo.

15. He mostrado estas páginas a varias usuarias del método y todas sonríen y concuerdan en que éstas ilustran bastante acertadamente la realidad que vive la mujer llevando un "estilo de vida" Billings.

Anteriormente já me referi a esse problema. O MOB não deve ser um “estilo de vida”, ou seja, não é o método que molda meu agir como esposa, mas os valores que meu marido e eu compartilhamos. Assim meu matrimônio não é condicionado pelas regras do MOB, mas pelos princípios cristãos. Nisto o método vem a ser um auxílio, mas se invertemos a relação ele vira uma pedra de tropeço, não pela sua natureza, mas pelo uso que é feito dele – como acontece com muitas outras coisas.
 
16. Esta situación me llevó a cuestionarme:

16.1 ¿Qué tiene que ver este diario con lo que Dios visualizó cuando nos creó hombre y mujer?

Tem a ver justamente com o fato de que não somos mais aqueles originalmente criados por Deus. Somo aqueles que caíram e depois foram redimidos pela paixão de Cristo. Ou seja, as falhas apontadas, seja no ponto da relação do casal ou no que tange ao uso – ou abuso – do MOB, estão diretamente relacionadas ao fato de que carregamos as conseqüências do pecado. E isso mais uma vez nos diz que devemos nos esforçar para alcançar o ideal de unidade que Deus nos coloca.

16.2 ¿Qué tiene que ver este diario, con el mandamiento que da muchísimas veces en la Sagrada Escritura: "Procread y multiplicaos y henchid la tierra"?

Na verdade esse mandamento não aparece tantas vezes nas escrituras, mas isso não o que torna o mandamento maior ou menor. O que importa é a relação que ela faz com o fato de que utilizar o MOB não está congruente com esse mandamento. A pergunta é: não seria o uso que a autora do diário e o marido fazem do método que vai de encontro com esse mandamento? Para muitos casais que acompanhei o MOB foi um auxílio para o cumprimento deste mandamento.

16.3 ¿Qué tiene que ver con la comunicación e intimidad que prometen los instructores del método?

Se houver algum instrutor que faça promessas ele fala por si mesmo! Não existe uma promessa de que o MOB vá melhorar a comunicação ou a intimidade do casal. Mas como já disse ele favorece mais do que os outros métodos por que só pode ser levado adiante se existir um consenso entre o casal. Seu uso é favorecido pelo diálogo franco e pela mútua compreensão. O que fazemos é sugerir uma série de atitudes que podem ou não ser aceitas e utilizadas pelos casais como uma forma de incorporarem o método ao seu cotidiano e á sua intimidade. O resultado disso depende de cada caso, ou melhor, de cada casal.

16.4 ¿Qué tiene que ver con la alegría que un nuevo hijo debería ocasionar en un matrimonio cristiano?

Novamente voltamos à relação do casal do diário e à questão fundamental: porque eles decidiram não ter mais filhos? Só sabendo essa resposta poderíamos responder ao que nos é perguntado. De forma superficial poderíamos ser injustos, por que ela transparece não haverem motivos graves para tal, mas pode ser que eles existam.
Quando um casal não pode ter filhos, ainda que o motivo seja justo e grave, nada impede que se alegre com a chegada de um novo filho. A alegria cristã não está condicionada a fatores externos, mas é um fruto do Espírito Santo. Nisso temos que a alegria que ela busca como resposta às suas aflições não se encontra como fruto de um “estilo de vida Billings”, mas em se viver como cristão.

domingo, 7 de agosto de 2011

Método da Ovulação Billings e Moral Católica - Parte II

Por Rosane Mito
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8. Las Primeras Reflexiones... ¿es el Billings un método "natural"?

Debido a mi trabajo como redactora de libros religiosos, he tenido que estudiar con profundidad as Sagradas Escrituras y muchos documentos de la Iglesia.

Gracias a ello, he descubierto la grandeza del matrimonio desde el punto de vista de Dios y he podido palpar cómo es que Dios ha visualizado desde siempre las relaciones sexuales dentro del matrimonio, como un medio inigualable de comunicación, amor y colaboración a su obra creadora a través de la procreación.

Apesar de desenvolver parte importante de seu argumento pelo viés pessoal, a autora se coloca como uma autoridade intelectual em assuntos de matrimônio. Compreendemos a importância das relações sexuais dentro do matrimônio como um instrumento eleito por Deus para a união conjugal e para a colaboração com a criação. Porém, como teremos a oportunidade de analisar em pontos posteriores, precisamos ter em mente a criação e o pecado original como realidades constitutivas da situação atual da humanidade. Isto nos ajuda a transcender a experiência pessoal e ver com mais clareza as orientações do Magistério no que tange ao uso do MOB.

9. Pero... no por esto mis primeras reflexiones fueron muy elevadas. Al contrario, eran francamente terrenas, se limitaban a dos preguntas:

Tendo em vista que a primeira reflexão é sobre a natureza, eu diria que apenas o enfoque foi estreito demais. Porque a real questão não reside nas leis da natureza, mas na natureza humana. Ambas dependem de uma visão filosófica bastante elevada e eu não ousaria dizer que poderiam ser consideradas como francamente terrenas. Porém em termos de natureza humana a discussão se eleva para o patamar do que João Paulo II costuma chamar de antropologia adequada, como veremos. Talvez as respostas propostas que se encontram em um patamar estritamente terreno.

10. ¿Por qué lo llaman método natural, si funciona exactamente al revés de las leyes naturales? A simple vista, es tan natural como comer cuando no tienes hambre y dormir cuando no tienes sueño...

Esse é um ponto deveras caro a uma antropóloga. Há uma diferença crucial entre examinar a questão do ponto de vista das leis da natureza ou da natureza humana. Se fossemos biólogos poderíamos ignorar a questão sobre a natureza humana e nos debruçar unicamente sobre as leis da natureza que rege o comportamento animal e que está associada diretamente aos instintos. Esse é o caminho adotado pela autora que acaba num completo desastre: o ser humano está fadado a obedecer aos seus instintos, sob pena de ir contra a própria natureza!

Por outro lado, sem ignorar que as leis da natureza recaem também sobre o ser humano, temos de levar em consideração a natureza humana como ponto de partida para a discussão acerca da propriedade natural do MOB.

A natureza humana – além dos instintos que compartilhamos com os demais animais – também é dotada de inteligência e vontade. A inteligência é a faculdade da alma que permite ao homem reconhecer e amar o bem, enquanto a vontade é a faculdade que auxilia o homem na busca do bem que a inteligência reconhece e ama.

Sendo assim a abstinência periódica pode ser considerada natural, desde que haja um bem identificado pela inteligência. Um exemplo disso é quando temos um fungo, nos abstemos das relações sob pena de passarmos esse micro-organismo para nossos esposos. O bem em questão é salvaguardar a saúde do cônjuge.

Outro ponto importante é que ela coloca como uma ação antinatural comer quando não se tem fome... Bem, essa afirmação deixa muito claro que a autora está baseando sua visão de natureza unicamente nos instintos. Um breve exemplo de como é sim natural para o ser humano ir contra os instintos desde que haja uma motivação, um bem a ser alcançado. Quando eu tinha 12 anos eu desmaiava na escola por que eu não conseguia comer de manhã, simplesmente não sentia fome. Certamente meus instintos estavam enganados. O que a pediatra fez? Lembrou-me que instintos são cegos e que devemos educá-los para que possam ser realmente úteis para nossa vida. O que eu tive de fazer? Comer sem ter fome e ensinar ao meu organismo a sentir fome pela manhã. Isso é apenas um entre vários exemplos que podem ser dados.

Adiante vamos analisar isso em relação ao MOB. Por ora basta essa observação quanto à natureza humana para entendermos que o ser humano deixar de obedecer aos instintos em prol de um bem maior é parte de sua própria natureza.

11. ¿Quién inventó que el Billings mejora la comunicación en la pareja? ¿Existen acaso estadísticas al respecto?

Excelente pergunta para uma breve reflexão. O primeiro ponto: se trata de uma teoria comparativa, essa afirmação dita de forma isolada como aqui é absurda. Agora vejamos:

a) Pílula: método feminino, a decisão sobre a melhor opção fica a cargo do especialista ao analisar os hormônios e outras condições que possam parecer relevantes no momento da escolha. A mulher pode inclusive lançar mão deste método sem o consentimento do parceiro;

b) Camisinha: ainda que a mulher não queira utilizar o método a única forma de não fazer uso é se recusar ao marido, porque ele pode decidir que esse é o melhor meio de “proteção”;

Poderíamos enumerar todos os demais, mas creio que esses sejam suficientemente ilustrativos. Diante disto o segundo ponto: esse é um argumento para ser utilizado para casais que cogitam outros métodos por que reforça uma característica importante do MOB: é um método do casal, sem consenso é inviável.

Terceiro ponto: partindo do consenso o casal deve manter sim um diálogo aberto e franco caso contrário estaríamos estimulando o fracasso matrimonial! Isto nem é uma exclusividade do MOB, qualquer terapeuta diria que o diálogo é fundamental, mas neste caso sem comunicação o MOB não funciona!

12. Estas ideas surgieron al ver los sentimientos confusos que el método genera con respecto a las relaciones sexuales, en los matrimonios que lo llevan.

Voltamos a uma questão anterior: é o MOB que gera esses sentimentos ou a forma como essas pessoas estão levando seus matrimônios? Especificamente as pessoas com quem a autora teve contato, porque a generalização aqui é demais forçada. Se isso fosse uma tese já poderia ser refutada pela minha experiência, além do meu matrimônio poderia apontar pelo menos mais uns três ou quatro que acompanhei mais estreitamente nos quais o MOB não causou esses sentimentos confusos.

13. Para darme a entender, me he permitido transcribir, con su autorización, las páginas del diario de una amiga a quién solía darle asesoría cuando yo era instructora del método.

Neste ponto é que adentramos na parte mais intimista e me atrevo a dizer apelativa no sentido emocional. Tratarei do diário no próximo post.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Método da Ovulação Billings e Moral Católica - Parte I

Por Rosane Mito
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Considerações Iniciais

Há pouco tempo chegou ao meu conhecimento um artigo sobre o uso do Método da Ovulação Billings – MOB – e possíveis incongruências com a moral católica (¿Cuáles son tus graves razones?).

O artigo foi-me enviado por uma amiga que ficou com dúvidas quanto à licitude do uso do MOB em um matrimônio católico. Como usuária e instrutora deste método fazem-me frequentemente questionamentos similares aos que encontramos no artigo em questão; tanto em relação à licitude quanto à eficácia. Assim, acredito que uma análise profunda dos argumentos que levam a autora a concluir que há uma incompatibilidade entre a moral católica e o uso do MOB, pode contribuir para termos maior clareza sobre a questão. É o que pretendo fazer neste e em posts subsequentes.

Sem esquecer que o artigo forma um todo, analisarei por partes para facilitar a compreensão do tema e de suas implicações com outros temas. O texto original, em espanhol, segue em itálico, intercalado por minhas considerações.
A premissa do artigo está expressa já no título, como vemos a seguir.
Título conclusivo

“¿Cuáles son tus graves razones?
Reflexiones acerca del Método Billings como estilo de vida y sus incongruencias con la Fe católica”

A indagação sobre as graves razões para espaçar ou adiar uma gestação é recorrente e válida. O que chama a atenção é a conclusão presente no subtítulo. Ao afirmar que as incongruências com a fé católica são um fato dado, a autora orienta a leitura, o que predispõe o leitor a ver o seu texto de dois ângulos: concordância tácita (geralmente por aqueles que a têm como autoridade sobre o assunto) ou discordância tácita (por aqueles que concluíram de forma diversa e que acreditam que suas fontes de reflexão são mais confiáveis do que a autora do artigo).

Podemos compreender melhor as conclusões do artigo e também as indagações que nos são feitas no cotidiano quando se explicita o contexto em que surgiram.

Contexto

1. Este documento no pretende ser exhaustivo en cuanto a las diversas formas de expresión de amor en el matrimonio, que son miles y muy diversas. Eso requeriría muchas páginas.

Aqui fica claro que a autora fará um recorte, ela irá basear sua análise em um fator, isso é de extrema importância, pois revela que ela tem conhecimento sobre o amor humano e suas manifestações no matrimônio. Também nos diz que esse recorte terá de ser muito preciso para que possa generalizar suas conclusões. É quase um estudo de caso com enfoque ceteres paribus, ou seja, o quanto as relações sexuais implicam em um matrimônio sadio sendo que todas as demais variáveis relacionadas sejam constantes.

2. Únicamente pretendo hacer una reflexión acerca de las incongruencias que he encontrado entre la fe católica y el método Billings "como estilo de vida" y el daño que puede ocasionar en la única forma de expresión de amor exclusiva y característica del matrimonio: las relaciones sexuales.

A autora fala do MOB como um estilo de vida, ou seja, quando é adotado como a forma de viver o matrimônio, por que é nisto que implica ter um estilo de vida, viver a partir de. Então falamos de casais que colocam o MOB em primeiro plano, talvez por terem compreendido mal a própria intenção da Igreja em aprovar o seu uso quando existirem razões graves para fazê-lo.

3. Cabe aclarar que admiro enormemente a los Dres. Billings, a quienes tuve el gusto de conocer en 1982 y aprecio muchísimo su trabajo de investigación y promoción de la vida y que las reflexiones que he escrito aquí, no se refieren de ninguna manera a "los fallos" que le achacan al método Billings, pues estoy totalmente convencida de su alta efectividad como método de regulación de la fertilidad.

Duas considerações importantes para situar as críticas da autora. Não se dirigem às pessoas que desenvolveram o MOB, nem mesmo ao método em si. Ainda assim ela não aponta diretamente a quem sua crítica se dirige, apesar de estar implícito no título.

4. Por otra parte, dado que mi nombre aparece en muchos libros de religión, quiero dejar claro que la forma de pensar que aquí manifiesto, no refleja necesariamente la línea de pensamiento de ninguna de las organizaciones religiosas y civiles a las que pertenezco, sino que es únicamente la expresión de las conclusiones a las que he llegado, después de diez años de vivencia del método de la ovulación Billings como "el estilo de vida de mi matrimonio", apegándome en todo momento a la doctrina católica.

Aqui temos três pontos a observar: 1º) trata-se de uma conclusão pessoal; 2º) o ponto de partida é a própria experiência; 3º) o paradigma em questão é a Doutrina Católica. Sendo assim, nos dois primeiros pontos encontramos um entrave para a generalização, pois parte de um quadro bastante reduzido quanto à experiência. Neste ponto o artigo pode se tornar menos conclusivo e se aproximar mais de um desabafo pessoal. No último ponto é que encontramos um verdadeiro conflito: a base para o correto uso do MOB por mulheres católicas se encontra no Magistério da Igreja Católica. É aqui que olharemos com mais cuidado a opinião expressa no artigo.

5. Diez años con el método Billings

Empezaré hablando de mí, lo cual tal vez no sea muy correcto, pero esto resulta indispensable para que se puedan entender todas mis posteriores reflexiones.

Soy una mujer de treinta y cuatro años con un organismo sano. Mis períodos son de veintiocho días exactos, con clara diferencia entre fases fértiles e infértiles. Conocí el método Billings mucho antes de casarme y en ese entonces, me pareció la solución ideal para un matrimonio cristiano que desea ser fiel a Dios y desea cumplir con una paternidad responsable.

Aqui vemos que a autora tem plenos conhecimentos sobre o funcionamento do MOB e também de que ela tem consciência de sua importância: ser um auxílio para que se possa equilibrar paternidade responsável e uma vida cristã moralmente reta.

6. El estilo de vida Billings ha sido mi estilo de vida durante diez años de matrimonio.

Neste ponto ela assume claramente que em sua vivência pessoal o MOB passou de auxílio para estilo de vida. Situação que muda e muito a linha de análise. A questão é: o MOB não está de acordo com a doutrina, ou a forma como alguns casais vivem o MOB dentro do seu matrimônio não está de acordo com a doutrina? Voltaremos nesse ponto adiante.

7. Todo parecía ir bien hasta que un día, mi conciencia me empezó a decir que no estaba haciendo lo correcto, que algo no estaba bien en la vivencia del método como un estilo de vida para mi matrimonio. Llegó un momento en que la situación se volvió insoportable pues mi conciencia no me dejaba en paz, y hace dos meses llegué con mi director espiritual y le dije: "¡No estoy de acuerdo con el método Billings!. ¡Me choca!".

El soltó una carcajada, pues siempre fui una promotora aguerrida del método

Intenté explicarle, pero no lo logré, pues mis sentimientos adversos eran fruto de mucha oración, muchas reflexiones, largas conversaciones con mi marido y muchas horas de insomnio, por lo cual decidí escribirlas y son las que ahora tienes en tus manos.

Dois fatos importantes nesse ponto: 1º) algo desencadeou na autora uma crise de consciência; 2º) o diretor espiritual não pode compreender os motivos da discordância com o MOB, e a causa apontada reside novamente em suas vivências pessoais. Poderíamos deduzir que se o diretor tivesse passado pelas mesmas situações que ela viveu, ele a compreenderia. Esse tipo de argumento leva a discussão para o campo do “intimismo”, de onde não se consegue sair facilmente por que está eivado das idiossincrasias pessoais. Geralmente nesse campo as paixões substituem a razão e a argumentação lógica perde efeito por que tudo se resume às vivências pessoais: se tivesses vivido o que eu vivi me entenderias! É o tipo de barreira que se cria quando se está convencido de algo que não queremos abrir mão.

A partir do próximo post entraremos nas primeiras reflexões e então poderemos analisar o quanto a experiência pessoal está intimamente ligada às conclusões expostas no subtítulo.