terça-feira, 28 de setembro de 2010

Maternidade: entre a realização e a culpa

A culpa parece ser o sentimento mais comum na modernidade. Já disse nesse blog que pode parecer um contrassenso, visto que o hedonismo apregoado e cultuado nos dias atuais pressupõe uma consciência acomodada, ou seja, livre de princípios que possam atentar contra a regra básica: seja feliz! Entenda o seja feliz por: curta a vida, aproveite bem as benesses e livre-se dos incômodos.


No entanto, essa mesma sociedade nos cobra muito, espera de nós determinadas atitudes. No caso das mulheres: tenha uma carreira, ganhe seu dinheiro, seja independente economicamente, tenha sua casa, seu carro, faça faculdade, mestrado e doutorado. Para que isso ocorra use toda a força da sua juventude!

O que ocorre é que nessa busca nos deparamos com nossos anseios e com nosso próprio ser. Também encontramos outras histórias e outras pessoas que mudam a nossa história, a nossa trajetória. É aqui que começa o sofrimento: como conciliar tudo o que eu sempre pensei ser O importante, tudo o que esperam de mim e ainda incluir novas prioridades? E mais, como incluir o que realmente importa, aquilo que de fato me realiza?

Bem, vamos conversar um pouco sobre isso, vamos tratar de encontrar meios de reformular nossas prioridades e de nos realizarmos enquanto mulheres. E faremos isso de modo pleno, preservando nossa essência, quanto mais conhecermos o ambiente que nos cerca e nossa própria condição de mulher no mundo.

Nas próximas postagens vamos iniciar falando sobre maternidade e trabalho.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Retornando...

Caríssimos leitores, estive afastada por longo período. Nos mudamos do Rio Grando do Sul para o Distrito Federal, algo muito difícil para os pequenos que tiveram de deixar os amigos, a escola, as professoras e todos os "tios" e "tias" que haviam conquistado em quase três anos de Pelotas. É verdade que nada disso se perde, pois cada uma dessas pessoas marcaram nossas vidas e são recordadas pelos meus filhos de forma muito carinhosa.

As crianças têm um jeito muito simples de lidar com as ausências: elas contam histórias e fazem perguntas. Por vezes chega a ser desconcertante a pureza com que vêm a vida. Meu filho, Pedro Javier, de quatro anos, sempre pergunta: mamãe a Catarina ainda é minha amiga, não é? Ao que eu repondo: claro! Meu filho, a Catarina é tua amiga! Ele abre um sorriso tão sincero que ilumina o ambiente. Já a Miriam, de dois anos, ficou muito impressionada por ter acompanhado a gravidez da tia "Andréa", mas não conheceu o José Francisco, que nasceu na semana seguinte a nossa mudança. Tudo o que acontece de muito diferente ela diz: Foi o "Jujé Fuxico", né mãe?

Sei que pode parecre muito difícil essa situação, longe da família tudo fica mais complicado, porém aprendemos muito mais uns com os outros. Temos de resolver tudo e aprendemos a apoiar-nos mutuamente. A coisa que realmente me alimenta afetiva e efetivamente todos os dias é ver o brilho nos olhos dos meus filhos. Vejo que eles são felizes não por estarmos aqui ou ali, mas porque estamos juntos!

Por ora é isso que queria partilhar com vocês.